Marina tenta mostrar força, mas sem base governista sua luta não vai para frente

Goste você ou não da Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, é preciso reconhecer que, quando se pensa na pauta ambiental no Brasil, se pensa em Marina Silva. 

Em sua vida pública ela trabalhou para construir uma imagem que deixasse claro a que veio e, ao mesmo tempo, trouxesse a seriedade que busca para a pauta. Basta olhar suas fotos mais antigas, antes mesmo de se tornar a senadora eleita mais jovem no Brasil, e comparar com a forma como ela se apresenta hoje.

Fonte: Uol

A imagem frágil, em decorrência de problemas de saúde e do passado nos seringais do Acre, foi talhada diversas vezes para tentar demonstrar força. Os cabelos soltos e camisetas pró-Lula deram lugar aos coques, xales pretos e colares de sementes longos e rústicos. Ainda assim, Marina era julgada por não se aproximar da imagem de força e autoridade estereotipada na política dominada por homens.

Fonte: Uol

Fonte: G1

Nas campanhas presidenciais, como cabeça de chapa ou como vice, Marina cedeu aos blazers e à alfaiataria tradicional. Os colares, muitos feitos por ela mesma, permaneceram para lembrar de onde vinha e a pauta que representava, mas ganharam um acabamento sofisticado de biojoias. Da mesma forma algumas saias estampadas e umas poucas blusas na mesma linha seguiram na imagem pública dela. Cores claras e luminosas, como o branco e amarelo, passaram a fazer parte do vestir da ambientalista. Talvez em uma tentativa de trazer um pouco de energia para contrapor as críticas de apatia.

Fonte: Café com Notícia

Fonte: Jovem Pan

Fonte: Jornal Bom Dia

Conforme se consolidava como uma liderança ambiental a nível mundial, Marina parece ter decidido assumir em definitivo uma estética mais rústica e orgânica, mas ainda assim sofisticada. Tecidos de fibras naturais como linho e seda são quase uma assinatura de estilo da ministra. Assim como os tons terrosos, que além de comunicarem sobriedade, remetem às cores da sua pauta. 

Fonte: Uol

Fonte: Correio do Povo

Ela mesma já admitiu, em entrevista à Revista Cláudia, que gosta de moda. Sendo assim, parto do princípio que toda essa trajetória foi pensada para ajudá-la a se posicionar como uma pessoa forte e capaz de levar essa luta adiante. Mas Marina não vai conseguir dar a luz que deseja a pauta ambiental e climática sozinha. Por mais que tente de todas as formas se mostrar firme. 

É certo que não havia outro nome para cuidar da pasta no ministério de Lula III, até pela proximidade dos dois. Porém, depois da posse, Marina pareceu seguir quase sozinha, assim como na tarde da terça-feira, 27 de maio. A ausência da base governista na audiência do Senado Federal pode ser vista como um isolamento da ministra. Ou ainda, como uma incapacidade de articulação do governo que garanta quórum para defender sua posição em relação à criação de quatro unidades de conservação marítimas no Amapá e ao licenciamento ambiental. E se não tem base para defender o governo, também não tem para defendê-la quando tentaram separar a mulher da ministra (como se isso fosse possível) na tentativa de justificar desrespeitos e ataques.

A dúvida vai pairar no ar. A única certeza que temos é que, seja com tigrinho, seja com questões ambientais, o Senado brasileiro está virando um palco de absurdos.

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