Ruth Bader Ginsburg foi a segunda mulher a ocupar o cargo de juíza na Suprema Corte Norte-Americana. Reconhecida pela luta dos direitos das mulheres, a magistrada trouxe diversos elementos femininos na sua imagem para um ambiente extremamente masculinizado, como forma de reforçar o orgulho de ser mulher e deixar claro quais pautas ela tinha.
O uso de lenços nos cabelo, rabo de cavalo ou coque baixo (que trazem a informação de sofisticação, mas também de proximidade), brincos coloridos, luvas e estampas são alguns dos exemplos de elementos que ela fazia questão de usar para reforçar a imagem feminina em ambientes com códigos de vestimenta pensados para os homens.
Mas a grande assinatura de estilo de Ruth, após a nomeação na Suprema Corte, foram os colares estrategicamente usados por cima da toga (nome da roupa dos juízes). Os acessórios grandes ajudavam a trazer força para a imagem da juíza que era pequena e miúda. Além disso, também foram usados como forma de posicionamento, tanto que a imprensa passou a especular sobre os votos da magistrada baseados no colar que ela usava.
Alguns viraram icônicos, como o com estampa étnica que fazia uma clara referência à luta contra o racismo, e o metálico com pontas espinhosas, apelidado por ela mesmo como o “colar das divergências”. Ele foi o escolhido para ser usado no dia seguinte da posse de Trump.
O colar com tramas de lã, feito na África do Sul, virou o grande símbolo da sua imagem. A delicadeza do entrelace reforçava a importância das lutas femininas, a origem marcava o combate à discriminação de imigrantes como os pais dela.
A imagem de Ruth virou um ícone pop nos últimos anos, e a representação nos diversos objetos como canecas, cartazes e camisetas não poderia ser outra que não destacasse o colar.
Além de todos os feitos em seus votos nas cortes americanas, RBG deve ser lembrada como um exemplo de que a mulher pode sim fazer trazer força para sua imagem com elementos que remetam a feminilidade dela.