O uso de cores e a organização do ambiente que servirá de cenário para a fala é uma ferramenta constante na comunicação não-verbal de Elizabeth II. Como exemplo podemos observar a participação dela na COP26. Em um discurso por vídeo ela pediu que os chefes de estado deixem as diferenças políticas de lado e se unam para garantir um “futuro mais seguro e estável” para o planeta.
A imagem da líder da Inglaterra foi trabalhada para reforçar o pronunciamento especial na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-26), evento da Organização das Nações Unidas (ONU) para debater questões relacionadas ao clima. Para isso ela fez uso da cor verde, remetendo à natureza e à esperança em um futuro melhor, e de borboletas, presentes no quadro ao lado dela e no broche da roupa, simbolizando transformação.
Um outro exemplo foi o primeiro pronunciamento da rainha para falar sobre a pandemia. A imagem mostrava Elizabeth com um vestido verde, novamente simbolizando esperança, e um vaso com flores Canterbury Bells, que significa empatia.
Em 2019 também podemos observar com clareza esses elementos. A realeza havia passado por um ano conturbado, envolvida em vários escândalos. No tradicional pronunciamento de fim de ano, a rainha apareceu usando azul royal, cor historicamente associada à realeza, mas que também transmite confiança. Além disso, a mesa de Elizabeth estava repleta de fotos do marido, filhos, netos e bisnetos, reforçando a união da família real. Porém, nesse mesmo pronunciamento, um detalhe chamou a atenção: não havia fotos de Harry, Meghan e Archie. No começo de 2020 eles deixaram oficialmente a realeza.
A imagem tem o poder de comunicar o que não é dito. Cabe a nós seguirmos os exemplos da família real e fazer um uso estratégico da mesma.