Mais do que posts de look do dia, a moda é uma indústria gigantesca que movimenta 2,5 trilhões de dólares segundo um estudo recente da McKinsey. Além disso ela emprega algo em torno de 60 milhões de pessoas no mundo. Ou seja, moda é economia e também política, não só para quem vende, mas também para quem consome.
Se você gasta seu dinheiro em uma determinada marca, alimenta uma enorme cadeia que inclui desde funcionárias das lojas até a costureira que você nunca viu e o caminhoneiro que transportou as peças. Então é importante sim começarmos a pensar melhor nosso consumo de moda. Aquela blusinha baratinha tem um impacto enorme ao meio ambiente, por exemplo.
Desde que comecei a costurar me chama a atenção a quantidade de tecido que “se perde” para fazer uma peça. São retalhos pequenos demais para serem reaproveitados em outras confecções, e como não Brasil temos ainda uma política descente de reciclagem, muitos desses retalhos acabam indo para o lixo. Isso sem falar em peças de roupas descartadas. Segundo a Thred Up, uma a cada 2 pessoas joga roupa no lixo e menos de 1% dessas peças é reciclada ou transformada em outra.
De pedacinho em pedacinho de pano chegamos a um caminhão de lixo lotado de restos de tecidos descartado por segundo. De acordo com o relatório “A new textiles economy: Redesigning fashion’s future” da Ellen MacArthur Foundation, 73% das 53 milhões de toneladas de roupas produzidas no mundo terminam em aterros sanitários ou queimadas.
Uma matéria da Rede Asta destacou ainda que 730 toneladas de lixo por ano são produzidas apenas com restos de tecido das regiões do Brás e do Bom Retiro, em São Paulo, famosas pelas lojas atacadistas de roupas. É muita coisa. E se a gente não começar a pensar nisso, só comprar, usar (ou deixar lá socada no armário sem nem lembrar da roupa) e descartar porque foi baratinha mesmo, vamos acabar como no filme Wall-E.